Sunday, September 28

Wednesday, September 24

Notas de uma viagem


Que dia é hoje? Esperem lá... hum...dia 24 de Setembro. Pois bem, também não interessa. Apetece-me perder-me no tempo, não quero saber das horas, dos minutos, dos calendários, dos muros temporais e cenas. Continuo aborrecida mas também não fugi. Para onde é que se foge hoje em dia? Foge-se para dentro, só se for isso. Fugir para dentro é assustador. Cada um com cada profundeza. Vamos caindo lá para dentro levados pelo peso da voz de Tom Waits. Vamos descendo, descendo, des...cen...do, entre um verso e o outro, entre o que reconhecemos e o que esquecemos. Descer até ao núcleo do que vamos sendo. Labirinto de nós, alguém arrisca? Pelo caminho apanhamos e soltamos caras, emoções, a tal lágrima que caíu naquele dia escuro, aquela música que ficou, aquele adeus que custou tanto tanto tanto dizer, aquele sorriso/estátua que acabou por ruir. Uma fuga agridoce agora ao som de Johnny Cash. Voltas e voltas na descida. Como é que se sobe?

Monday, September 15

Balelas

Estou aborrecida. Fujo ou não fujo?

Tuesday, September 9

Falta de memória

A falta de memória de que toda a gente se queixa "nasceu" com o único intuito de contribuir para a nossa felicidade.
Imagine-se como seria lembrarmo-nos de tudo e eu estou a falar de rigorosamente tudo... de todas as palavras que toda a gente nos disse até hoje, de todas as imagens que já nos passaram pela retina, de todas as emoções que nos invadiram a alma...Viveríamos tão ocupados a processar a enormidade de informação e a assimilar os novos dados que daríamos em doidos.
Mas mais não fosse faria com que fosse impossível a convivência com outras pessoas. Passaríamos todo o tempo indecisos sobre se gostamos ou não da pessoa em questão. "Pois se ela já nos fez/disse coisas tão más... mas também já nos fez/disse coisas tão boas!" Só o tempo que demoraria "tirar os 9 fora"!
Assim a nossa memória selectiva e limitada protege-nos.
E ainda juntamos à equação o institinto para compensar a falta de memória. "Já não me lembro muito bem porquê mas gosto tanto desta pessoa!".
As discussões entre os casais seriam simplesmente insuportáveis:
- Porque tu, no dia 26 de Janeiro de 2004, às 17:32, no restaurante XPTO, no jantar de aniversário da Teresa, disseste que....
- Ah é?! Mas isso foi porque tu, há precisamente 2 anos e 3 dias, no quarto e antes de nos deitarmos, fizeste...
E nunca mais saiamos dali porque nem sequer podíamos questionar a memória alheia...

Por isso, caríssimos, em vez de se estarem a queixar que vos falta a memória, pensem antes em como seria se a tivessem toda.